Guia prático do que não fazer no dia 08 de março, dia da Mulher.
Todo ano é a mesma coisa, dia 08 de março vem aí e em meio a tanto estímulo da mídia, redes sociais sobre o tema, existe um verdadeiro FLA x FLU, não há consenso, sobre como nós mulheres devemos vivenciar esse dia. Existe sempre o time que acha saudável comemorar, celebrar com uma flor, um bombom, um cartão e outros que acham tudo isso é uma grande besteira quando vem de forma festiva, mas sem uma real reflexão sobre o espaço que a mulher ocupa no mundo, hoje.
De fato, não há uma linha única sobre o que é ser mulher hoje, porque somos plurais. Deveria ser fácil chegar a essa resposta, sobre quem somos, e nosso papel, mas ainda não é. Ser mulher hoje é um conceito que tem sido repartido em várias linhas políticas, sociais, conservadoras e liberais, e paralelamente, muitas empresas já enxergaram que esse nicho é um excelente mercado $, e tem abraçado diversos conceitos para lacrar na mídia, mas que nem sempre condizem com nossa realidade.
Para a ala mais radical o tom festivo do dia da mulher que se traduz em flor, bombom, pode ser danoso se não vier com uma reflexão, porque para elas, não é um dia de comemoração, feliz, com bolo em cima da mesa e sim, um dia de luta. Seria como parabenizar um negro, pelo dia da consciência negra, pode soar inadequado, porque o dia é para relembrar um passado doído e que ainda precisa ser revisto. Dias de luta.
Outra queixa constante ao dia 8 de março, é o frequente uso do termo “guerreira” para o dia da mulher. Isso porque a maioria das mulheres provavelmente não gostaria de ter que ser guerreira o tempo todo. Não gostaria de fazer jornada dupla, de ter três empregos e ser responsável sozinha por um lar. Muitas vezes essa vida, não foi uma opção e essa romantização da figura da guerreira, da imbatível só reforça o estereótipo. A ideia hoje é: menos musa, diva, guerreiras, e mais mulheres reais, com suas angustias, dramas, incertezas e com certeza, alguns perrengues.
Cuidado com os presentes. A intenção normalmente é das melhores e sempre é agradar, mas as vezes o objetivo não é alcançado com sucesso e cada vez a crítica se faz presente quando vem das empresas a ideia de dar para a mulher um espelhinho, um kit com pinça, um batom, um livro de receitas, ou um dia da beleza. Esse é só mais um estereótipo que podemos descartar: o da obrigatoriedade da mulher estar sempre relacionada a obrigatoriedade da beleza, ou do pânico da velhice.
O fato é que essa data é muito importante para uma chamada a ação, uma reflexão. Sempre que conquistamos algo importante no mundo no que diz respeito as mulheres, foi no coletivo, com muita luta de mãos dadas. E ainda assim, por incrível que pareça, mesmo com tantos avanços, ainda temos muito para caminhar.
E o que fazer para que um mundo com maior presença feminina aconteça? Tem muita coisa a fazer. Mas não preocupe em descobrir a roda, comece na sua família, na sua rua, sua comunidade. Ajude mulheres, converse com mulheres, divulgue o trabalho de mulheres e principalmente: contrate mulheres! Somente quando a mulher estiver em todos os lugares no posto de gasolina, na padaria, nos conselhos de ciência e tecnologia, na moda, na engenharia, na magistratura, na política e em direção de grandes empresas com salários justos essa data se tornará quem sabe, uma data de mais consciência e diálogos mais abertos.
E para todas que celebram o dia da mulher:
Boa reflexão, celebração, boa luta e que você esteja onde sempre sonhou.
Texto por Juliana Albanez
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