Tudo que você precisa saber sobre Menopausa – Parte 2

Nesta segunda parte da entrevista sobre menopausa, a Dra. Caroline Fontana abordará sobre os principais sintomas e como a qualidade de vida da mulher muda com eles.
Quais seriam os sintomas da menopausa?
Embora o climatério e a menopausa sejam eventos fisiológicos na biologia da mulher, o aparecimento ou não de sintomas dependerá não somente de variações hormonais próprias desse período, mas também de fatores socioeconômicos. No período do climatério ocorrem alterações na fisiologia da mulher, essas mudanças repercutem na saúde geral da mulher, podendo alterar sua auto-estima e qualidade de vida, e também na longevidade.
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Os sintomas do climatério vão muito mais além dos que os famosos calorões. Entre eles, pode-se citar:
Manifestações menstruais – O intervalo entre as menstruações pode diminuir ou os intervalos menstruais podem estar aumentados ou então quando menstrua, as menstruações podem ser abundantes e com maior duração.
Manifestações neurogênicas – Compreendem os sintomas mais comuns da síndrome do climatério, isto é, ondas de calor, sudorese, calafrios, palpitações, cefaléia, tonturas, insônia, perda da memória e fadiga.
Manifestações psicogênicas – É possível que as limitações impostas e a insegurança determinada por quadro clínico em decorrência de forte deficiência estrogênica possam influir desfavoravelmente no estado emocional da mulher e interferir no relacionamento familiar, na adaptação sexual e na integração social. Alguns sintomas psíquicos atribuídos a essa fase são: diminuição da auto-estima, irritabilidade, sintomas depressivos, dificuldade de concentração e memória, dificuldades sexuais e insônia.
Manifestações metabólicas:
Metabolismo ósseo — A idade está associada com progressiva rarefação do esqueleto. A perda óssea é mais considerável e as fraturas osteoporóticas são bastante comuns nas mulheres. A coluna e o colo do fêmur são os pontos usualmente mais comprometidos. O sintoma mais comum da osteoporose da coluna é a lombalgia.
Metabolismo colesterol — Os níveis de LDL aumentam (mau colesterol), enquanto os níveis de HDL diminuem (bom colesterol). A deficiência estrogênica da pós-menopausa é considerada como fator relevante nas doenças cardiovasculares e nas doenças cerebrovasculares isquêmicas (derrames).
Manifestações urogenitais – Tanto a bexiga quanto a uretra e órgãos genitais têm respostas semelhantes às mudanças hormonais, especialmente ao estrógeno. A falta do estrogênio propicia prolapsos genitais, além de sintomas vaginais, como ressecamento, sangramento e dor no ato sexual, e uretrais, como ardência urinária.
Manifestações pele — No climatério ocorrem alterações em todas as camadas da pele. O hipoestrogenismo atuaria diminuindo a produção de colágeno. Na derme diminui a síntese de ácido hialurônico e com isto diminui o conteúdo de água. O ressecamento da pele é o fator importante. Com o avançar da idade, a pele perde a elasticidade, os músculos enfraquecem e ficam frouxos, o coxim subcutâneo dissolve-se e a pele mais afinada perde o apoio, permitindo o aparecimento das rugas. Dada à redução no número de melanócitos, podem aparecer manchas hipocrômicas na pele ou formação de lentigos (sardas) e melanose (pigmentos escuros).
Alterações sexuais — À medida que as mulheres evoluem para a menopausa, elas experimentam mudanças na função sexual que são múlti fatoriais e compreendem domínios biológicos, psicológicos e sociais.
Alterações mamárias — A mama após a menopausa sofre progressiva involução de todos os tecidos componentes da glândula, exceto o adiposo. As mamas tendem a apresentar aumento da gordura ficando mais pesadas, flácidas e pêndulas.
Alterações visuais — Entre os 40-45 anos observa-se a presbiopia em virtude de modificações na acomodação visual.
Alterações dentárias — Modificações metabólicas, circulatórias e tróficas facilitam o descolamento e a retração da gengiva, favorecendo as infecções e as cáries dentárias.
Obesidade — Decorrente das alterações metabólicas, há tendência à obesidade.
Como seria o diagnóstico e o tratamento da menopausa?
O diagnóstico da menopausa é clínico. Com a parada da menstruação há um ano, já dá para fazer a identificação de que fase do climatério a mulher se encontra (pré-menopausa, perimenopausa, pós-menopausa) costumeiramente se pedem exames hormonais no sangue como estrogênio, progesterona, FSH, LH e baseado nos resultados o médico esclarece o diagnóstico.
A orientação nutricional, a realização de exercícios físicos e a terapia hormonal constituem o tripé do atendimento à mulher climatérica, sendo fundamentais para a manutenção da saúde e devem ser realizados em qualquer período da vida, atuando de forma ativa na profilaxia e controle de diversas doenças. A instituição de uma dieta ideal, própria ao período do climatério, é o estímulo inicial para mudança definitiva no estilo de vida.
Podem existir algumas complicações?
As principais complicações estão correlacionadas com os distúrbios dos colesteróis que levam a alterações no sistema cardiovascular e a outra grande complicação e a exacerbação da perda de massa óssea o que leva a maior chance de fraturas. Mas nunca devemos esquecer dos distúrbios psicológicos, como a depressão, que em muito diminuem sensivelmente a qualidade de vida da mulher.
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Redação com Katia Fernandes e Dra. Caroline Fontana
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